segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Um passeio pelo Delta Tigre em Buenos Aires

Nossa viagem está marcada para este mês de setembro.
E você não vai querer ficar de fora deste belo passeio. 
Fale com Ana Beatriz Neves pelo e-mail beatriznews@hotmail.com ou pelos fones (53) 3261-2804 e (53) 8447-3296
Restam pouquíssimos lugares.

Conheça hoje um pouco sobre o Delta Tigre em Buenos Aires.

O deslumbrante prédio belle époque que abriga o Museo de Arte Tigre, no Delta do Tigre (ou ainda Delta do Paraná) da Argentina, foi aberto como um clube social há um século, quando boêmios ricos visitavam a região para descansarem de Buenos Aires. O prédio acabou caindo em desuso antes de reabrir como museu em 2006, recém-reformado com mármore, bronze e vitrais como parte de um projeto municipal de melhorias.

Sua sorte de muitas formas reflete a do delta, a 45 minutos de trem de Buenos Aires. A área foi redescoberta pela classe de lazer que a abandonou pelos balneários praianos, deixando para trás sua marca nas pinturas que criaram, que estão expostas no museu.

"Há três lugares em Buenos Aires que estão mudando, dos quais todos falam", disse Diana Saiegh, a diretora do Museo de Arte do Tigre. "San Telmo, Palermo Viejo e, agora, o Tigre. As pessoas mais ricas de Buenos Aires estão vindo para cá."
Barcos saem da Estación Fluvial para passeios pelo Delta do Tigre, na Argentina

A renascença ocorre após um longo declínio, durante o qual turistas de baixa renda começaram a viajar para o Tigre, frequentemente sem pernoitar, e ele lentamente desenvolveu um ar barato, decrépito. Mas recentemente, a prefeitura do Tigre promoveu reformas como a do passeio à beira do Rio Luján e do shopping e galerias de informações próximas da estação principal de trem. Empreendedores imobiliários também foram atraídos pelo Tigre, construindo casas e spas em suas ilhas remotas, visando novamente os muito ricos.

A região é vasta. Com 14 mil quilômetros quadrados, o Delta do Tigre está entre os maiores do mundo, um dos poucos grandes deltas que não deságua no mar ou oceano. Ele flui para o Rio da Prata, que separa a Argentina do Uruguai, após o Rio Paraná se dividir em vários rios menores e formar uma série de ilhas sedimentares cobertas de mata e relva. Com suas ilhas e canais, o Tigre é como Veneza provavelmente se parecia antes do desenvolvimento.

O nome Tigre vem das onças – que eram chamadas de tigres – que perambulavam por aqui, antes das ilhas se tornarem importantes na produção de vime e frutas em meados dos anos 1800; os britânicos construíram as ferrovias que levavam esses produtos ao mercado. Após uma epidemia de febre amarela em Buenos Aires em 1877, o Tigre passou a ser visto como um retiro saudável.

Um caráter britânico domina o Tigre, com prédios vitorianos e falsos Tudors. Muitas dessas estruturas e o museu ficam no que os moradores chamam de "continente". Este centro fica no Rio Luján e é plataforma de lançamento para os barcos que viajam do terminal Estación Fluvial para se aventurarem até as ilhas espalhadas pelo delta. Não faltam atrativos ao centro. Além do museu, há um parque de diversões e um mercado onde móveis artesanais de junco, couro, comidas caseiras e outros produtos são vendidos.

O Tigre ainda atrai artistas, como Sebastian Páez Vilaró, filho do artista uruguaio Carlos Páez Vilaró. Seu ateliê, onde ele produz arte em bronze e cobre, é uma miniatura da amorfa Casa Pueblo de seu pai em Punta Del Este. Páez Vilaró, 25 anos, disse considerar o Tigre inspirador "porque posso desfrutar da natureza e da terra e ainda estar próximo de Buenos Aires".

Mas são as ilhas remotas e tranquilas do delta que propiciam um maior descanso da vida urbana. Vários spas e clubes fechados – chamadas "countries", inspirados nos country clubs (clubes de campo) americanos – abriram nas ilhas, antes conhecidas por passeios diários acidentados. Por exemplo, há a Bonanza, uma ilha onde a empresa Bonanza Deltaventura oferece passeios a cavalo, com caiaque, observação de pássaros e caminhadas pelas florestas, onde botânicos apontam para espécies de plantas. Alguns novos empreendimentos tentam unir os dois mundos.

Um deles é a Isla el Descanso, uma pequena ilha ocupada por um retiro que destaca seus atributos naturais: lagoas, canais e jardins. O proprietário, Claudio Stamato, criou o retiro quando converteu sua casa de fim de semana em um retiro, com esculturas de Alberto Bastón Díaz, um artista argentino. A visitante mais famosa foi Madonna, que veio em 2008 com seus filhos e guarda-costas.

Outros empreendimentos são mais ambiciosos. O Delta Eco Spa, em uma ilha perto de Bonanza, é um amplo resort que abriu em novembro de 2009, seis anos após o início da construção. A construção continua, segundo o diretor comercial do hotel, Marcelo Israel, com grande parte do material vindo laboriosamente por barco. "Construir na água não é igual a construir em terra firme", ele disse.

Apesar de sua estrutura física não estar finalizada, a visão do spa parece completa. Ela é voltada para o romance: crianças com menos de 10 anos não são permitidas e os quartos oferecem chuveiros para dois; cada sala vem com um amplo pátio-deck. Chalés privados para férias estão sendo desenvolvidos na ilha, para oferecer aos hóspedes ainda mais privacidade.

O precursor do Delta Eco e da onda de outros spas construídos posteriormente é o Rumbo 90, que abriu em 2005. Ele é intimista, com apenas sete quartos de hóspedes e uma sala de jantar rústica-romântica à luz de velas, cujo cardápio enfatiza os peixes do rio e outros produtos locais. É possível visitar por apenas meio dia ou apenas para o almoço, mas Paula Gezzi, uma proprietária, disse que viagens por apenas um dia são limitadas para manter o senso de isolamento. O resort fica de frente para o Canal del Este, que Gezzi descreve como "de luxo". Atravessando a água, uma ilha vizinha possui casas grandes e caras.

Gezzi, 32 anos, passava férias no Tigre quando era pequena. "Há 20 anos", ela disse, "a única coisa para se fazer era se divertir durante o dia e então voltar para a cidade, mas agora as pessoas optam por ficar nas ilhas". Ela acrescentou: "Estamos a apenas uma hora e meia da cidade, mas a sensação é de estar muito distante."

Seus sentimentos foram repetidos por Norma Effron, de Buenos Aires, que estava celebrando seu 54º aniversário no Rumbo 90 e pernoitaria ali pela primeira vez. "Eu adoro a vegetação", ela disse. "Eu adoro a água. Houve um tempo em que eu vinha com frequência, mas era apenas para passar o dia."

Agora, ela disse, ela acha que "o Tigre é uma forma de refrescar a cabeça".

Susana Neira, 53 anos, uma guia turística de Buenos Aires, considera o continente igualmente relaxante. Neira é membro do Buenos Aires Rowing Club, localizado entre a estação de trem do Tigre e a Estación Fluvial. Ela considera a arquitetura britânica do clube como algo saído de Harry Potter, mas também parece uma locação de anúncio da Abercrombie & Fitch, com suas garagens de barcos cobertas por trepadeiras. Entre os passatempos favoritos de Neira está remar ao longo do Tigre.

Enquanto remava lá em uma viagem recente, as pessoas acenavam de Puerto de Frutos, um mercado para turistas. Na água, a intimidade é incrível: pessoas navegando de caiaque param umas às outras para pedir orientações e é possível ouvir as conversas emanando das casas na ilha, construídas sobre palafitas.

As pessoas interessadas por remo voltaram ao Tigre ao entardecer, que lançava um brilho dourado na água, acentuando a silhueta do parque de diversões Parque de la Costa.

Neira parou de remar para desfrutar a vista. "Eu passo todo meu tempo livre aqui no Tigre", ela disse.
Fachada do Museu de Arte Tigre, na Argentina

Se você for
Para informações gerais, laisladelta.com.ar é uma boa fonte.

Em Buenos Aires, tome um trem na estação Retiro até o Tigre. A viagem leva 45 minutos e ele parte três vezes por hora. O preço é de apenas 1,70 peso. Uma viagem de táxi de Buenos Aires até o Tigre sai por cerca de 120 pesos.

A balsa Sturla, com belas vistas, liga Puerto Madero (54-11-4731-1300; www.sturlaviajes.com.ar) em Buenos Aires até a Estación Fluvial no Tigre. Ela custa 75 pesos. Táxis aquáticos privados podem custar até cinco vezes mais, mas muitos resorts ficam nas rotas do Interisleñas, que custa 19 pesos. O trânsito pode ser confuso e é melhor coordenar com o resort ou com o agente de turismo.

Translados de barco do centro do Tigre até as ilhas costuma estar incluído no preço de um quarto de resort.

Onde ficar

Muitos resorts incluem tudo, com excursões e tratamentos de spa.

Delta Eco Spa (54-11-5236-0553; www.deltaecospa.com) fica no Río Carapachay no leste do delta. Diária de um quarto padrão a partir de 330 pesos por pessoa, chalés por 570 pesos.

Rumbo 90 (54-9-11-5843-9454; rumbo90.com.ar) fica no Canal del Este, no leste do delta. Diária de quarto padrão a partir de 440 pesos por pessoa, com suítes com Jacuzzi por 739 pesos.

Bonanza Deltaventura (54-11-4728-1674; deltaventura.com) fica em uma casa de campo de 1898, em uma antiga plantação de frutas no Río Carapachay, ideal para aqueles com consciência ecológica. Passeios diários a partir de 172 pesos, 560 pesos para estadias de duas noites.

Guias e excursões

Say Hueque Tours (54-11-5199-2517; sayhueque.com) realiza excursões pelo delta a preços razoáveis.

Borello Travel (800-405-3072 ou 54-11-5031-1988; borellotravel.com) realiza passeios por spas de luxo e passeios de arte.

Susana Neira serve como guia no Tigre e em Buenos Aires (54-9-11-4992-3780; susananeira159@gmail.com), assim como Mariana Jimenez (54-9-11-4997-7832; mariana.v.jimenez@gmail.com).

O que ver

Museo de Arte Tigre, Paseo Victorica 972, Tigre (54-11-4512-4528; www.mat.gov.ar).

Atelier Sebastián Páez Vilaró e Casa Pueblo Tigre, General Campos 160, Tigre (sebastianpaezvilaro.com). Apenas por agendamento.

Isla El Descanso, Rio Sarmiento (54-11-4825-6996; islaeldescanso.com).

Puerto de Frutos (puertodefrutos-arg.com.ar) é um mercado que fica a dez minutos de caminhada da estação de trem do Tigre.

Parque de la Costa (54-11-4002-6000; parquedelacosta.com.ar) é um parque de diversões à beira d´água ao lado do Puerto de Frutos e da estação Tren de la Costa.

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